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Inovar ou ficar estagnado: cinco previsões ousadas para automação empresarial em 2024
Uma maré transformadora está passando pela empresa, alimentada pela grande demanda por mão de obra, por uma busca insaciável por produtividade e pela promessa de soluções de IA. Em um contexto tumultuado de convulsão geopolítica, as organizações encontram-se em uma corrida emocionante rumo à transformação digital, em que a sobrevivência exige adaptação e o sucesso requer inovação.
O trabalho híbrido é um exemplo da necessidade de adaptação e inovação. Essa nova realidade está impulsionando um aumento na demanda por soluções digitais e mudando a forma como otimizávamos e automatizávamos os processos empresariais. Também inaugura uma mudança de paradigma na forma como nos envolvemos com a tecnologia e prepara o terreno para que a IA generativa feche as lacunas nos processos e tecnologias para proporcionar uma experiência integrada e contínua.
Com as mudanças tecnológicas transformadoras impulsionadas pela IA que vimos em 2023, o ChatGPT e o Midjourney são as mais conhecidas, fica claro que a taxa de inovação não mostra sinais de desaceleração. O que isso significa às vésperas de 2024? Como essas e outras inovações ainda a serem anunciadas afetarão as empresas? Venha comigo em uma jornada rumo ao futuro na qual farei cinco previsões (algumas vão surpreender você) sobre a automação empresarial no próximo ano.
Resumo das minhas previsões:
- A automação e a IA gerarão bilhões de dólares em valor empresarial rapidamente.
- O diretor executivo de IA deixará de existir.
- Pessoas mal-intencionadas usarão a IA para influenciar eventos importantes, com efeitos imediatos.
- Os governos não conseguirão definir diretrizes eficazes de governança e segurança da IA.
- O interesse pela IA vai aumentar o vaporware.
Previsão 1: A automação e a IA gerarão bilhões de dólares em valor empresarial rapidamente.
As empresas estão prontas para se beneficiar muito com a adoção da IA e da automação. Porém, isso acontecerá apenas nas organizações que veem a combinação de IA e automação como um pilar integral da arquitetura empresarial, e não apenas como uma ferramenta de redução de custos. As maiores empresas não estão mais reconhecendo o terreno. Elas estão fazendo da automação o ponto de partida para qualquer projeto ou processo. E os resultados são notáveis.
A Petrobras, por exemplo, espera poupar a impressionante quantia de US$ 1 bilhão em apenas alguns anos. Mas a Petrobras não está sozinha nesta busca financeira. Várias empresas estão investindo muito, munidas de objetivos financeiros ou de produtividade específicos. Aqui está o segredo para alcançar níveis tão grandes de valor:
- Adotar a IA com ousadia: não pise em ovos com a IA. Adote-a de corpo e alma, deixando a concorrência hesitante comendo poeira.
- Integre a IA como parte da transformação: incorpore a IA em todos os processos automatizados.
- Democratize a IA: dê a todos os funcionários ferramentas baseadas em IA para que se sintam confortáveis com a tecnologia e usem a IA diariamente.
- Veja os dados como a nova fronteira: aumente a privacidade e a propriedade dos dados quando eles se tornarem sua principal propriedade intelectual e seu posto de defesa.
- Acelere as economias: não é uma maratona, são cem metros rasos. A Petrobras economizou US$ 120 milhões em apenas três semanas.
Previsão 2: O diretor executivo de IA deixará de existir.
Atualmente, o conceito de diretor de IA está ganhando destaque e despertando o interesse de todos. A ideia de um executivo que se dedica apenas à estratégia de IA é essencial para organizações progressistas. Mas não por muito tempo. A realidade terá outras nuances quando o diretor executivo de tecnologia (CTO) se tornar a escolha natural para orientar a estratégia de IA. Isso não quer dizer que IA deixou de ser prioridade. É um reconhecimento de que ela precisa de uma integração mais coesa com estratégias tecnológicas e empresariais mais amplas.
Em 2024, as equipes de pesquisa e desenvolvimento também se prepararão para um mergulho mais profundo na IA generativa, demonstrando o compromisso de descobrir seu potencial transformador. Na linha de frente, os gerentes de produto estarão diante de uma encruzilhada, analisando como a IA pode moldar, desafiar ou revolucionar as funções que exercem e a perspectiva do cliente. O CTO mostrará aos demais executivos o valor da IA, uma mudança estratégica que coloca a IA no centro de mais decisões de negócios.
Previsão 3: Pessoas mal-intencionadas usarão a IA para influenciar eventos importantes, com efeitos imediatos.
Sim, isso inclui as próximas eleições presidenciais dos EUA em 2024. A preocupação aumenta quando pensamos em um cenário de desastre, em que a IA é usada para manipular, hackear e interferir de modo antiético. É fácil imaginar um cenário em que a IA seja usada para influenciar os eleitores com deepfakes dos candidatos à presidência. A criação de fotografias e vídeos altamente realistas gerados por IA torna a ficção indistinguível da realidade, representando uma ameaça significativa à integridade dos processos democráticos, especialmente quando esse conteúdo é direcionado e difundido pelas redes sociais.
Agora pense em como pessoas mal-intencionadas, funcionários insatisfeitos e criminosos podem usar as mesmas táticas contra a sua empresa. O poder de criar deepfakes não está mais restrito a especialistas. Agora, qualquer pessoa pode criar conteúdo convincente gerado por IA. Isso amplifica o potencial de desinformação e manipulação generalizadas, aumentando os desafios para proteger a integridade de eventos importantes ou simples transações comerciais.
Esses cenários reforçam a necessidade urgente de práticas responsáveis de IA, estruturas de governança robustas e medidas de segurança reforçadas. É uma chamada à ação para que governos, empresas do setor e grandes corporações fortaleçam suas defesas e garantam o uso responsável da IA, alertando os usuários para os riscos de conteúdo on-line não verificado.
Previsão 4: Os governos não conseguirão definir diretrizes eficazes de governança e segurança da IA.
Os governos, reconhecendo a necessidade de regulamentar a IA para as empresas, já estão trabalhando para definir diretrizes de governança e segurança. A ambição é louvável, reconhecendo a urgência de estabelecer um quadro regulatório. Porém, o caminho a seguir para as barreiras de proteção da IA é árduo e o sucesso não é iminente. É um esforço que vale a pena, algo que precisa ser feito, mas que se desenvolverá no longo prazo, sem avanços em 2024.
Como passo inicial, a atual ordem executiva do governo dos EUA sobre IA e a Lei de IA da UE, entre outras, são um bom começo. Porém, é fundamental ressaltar que é apenas o início. Aqui estão apenas algumas coisas que tornam a governança da IA um grande desafio:
- A natureza dinâmica e adaptativa da IA. Impulsionada por conceitos altamente técnicos, os órgãos reguladores têm dificuldade para compreender, e mais ainda para regulamentar, a IA.
- Surgem desafios na determinação da propriedade do conteúdo gerado pela IA. Estabelecer distinções legais frente a alterações sutis em imagens, códigos ou outros elementos abre novos caminhos para os reguladores.
- Os governos enfrentam restrições tecnológicas, de financiamento e de recursos. A evolução acelerada da IA conduzirá rapidamente a regulamentações desatualizadas que se tornam fracas e servem como obstáculos à inovação.
Esses desafios não diminuem a importância da regulamentação. Em vez disso, ressalta as dificuldades que os reguladores enfrentam. As complexidades na definição de diretrizes eficazes de governança e segurança para IA exige uma abordagem completa e ponderada, o que não acontecerá tão cedo. Porém, os reguladores geriram outros setores com eficácia: por exemplo, garantindo que produtos alimentícios informem possíveis alergênicos, que automóveis tenham cintos de segurança adequados e que os pilotos das companhias aéreas não excedam os limites de tempo de voo. Também podemos fazer o mesmo com a IA, mas isso pode levar vários anos.
Previsão 5: O interesse pela IA vai aumentar o vaporware.
A combinação do possível impacto da IA e da sua atratividade para os investidores (as startups relacionadas com a IA representaram 25% de todo o capital especulativo em 2023) significa que cada vez mais fornecedores de soluções entrarão no mercado. Essa opção é ótima para as empresas, especialmente para a Automação Inteligente, mas também obriga os responsáveis pelas decisões a separar o joio do trigo e se alinhar a tecnologias e equipes comprovadas e testadas. Aqui estão algumas coisas com as quais as empresas devem ter cuidado em 2024:
- Proliferação de modelos. Startups, fornecedores e pesquisadores conhecidos, entre outros, lançarão uma abundância de modelos, cada um otimizado para domínios diferentes, de nicho, amplos, repetidos ou indeterminados, semeando confusão no mercado à medida que os proprietários fazem grandes alegações difíceis de avaliar.
- Muitas opções, poucas provas. Haverá uma infinidade de novas ofertas de IA que funcionam mal ou nem funcionam, o que gerará frustração pois as auditorias técnicas, de ciência de dados e específicas de IA se tornarão um componente fundamental, lento e caro do processo de compra.
- Confiança distribuída. As empresas mais inteligentes evitarão apostar muitas fichas no “topo das expectativas exageradas”, mas continuarão investindo em plataformas confiáveis e comprovadas que permitem experimentação, inovação e personalização.
As empresas bem-sucedidas permanecem na vanguarda da tecnologia ao apostarem em soluções comprovadas e aceitarem o risco saudável de fazer experimentos e aprender com inovações que desafiam os limites. Isso maximiza o impacto hoje e posiciona as empresas para agirem rapidamente quando a promessa de amanhã se tornar realidade. Aquelas que conseguem enxergar além do exagero já estão muito à frente do grupo.
Crie seu futuro de Automação + IA
A IA é o grande assunto do momento e vai agregar enorme valor às empresas, mas apenas para as que conseguirem enxergar além da publicidade: a IA generativa acaba de chegar ao topo das expectativas exageradas no Gartner Hype Cycle sobre novas tecnologias de 2023. Porém, como todas as novas tecnologias (nuvem, videoconferência, assistentes virtuais, a própria Internet) passam por altos e baixos, as empresas líderes reconhecem rapidamente o valor e utilizam essas inovações a seu favor muito antes dos seus concorrentes. Com a IA, não é diferente.
As previsões acima são apenas uma visão geral de como acredito que a Automação Inteligente, a IA e a IA generativa moldarão o nosso mundo e a sua organização em 2024 e no futuro. A IA veio para ficar; isso é uma coisa que sabemos. Cabe a você decidir se sua organização se adapta, inova e aproveita as oportunidades que surgem em seu caminho ou espera, fica para trás e observa enquanto os concorrentes avançam. Lembre-se de que a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.
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Sobre Prince Kohli
Prince Kohli atua como diretor de tecnologia com experiência no desenvolvimento de produtos, trabalhando com equipes que abrangem a computação em nuvem, softwares empresariais, transporte de rede, sistemas e segurança.
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